Ao utilizar livros, os
professores podem provocar pensamentos matemáticos por intermédio de
questionamentos ao longo da leitura, ao mesmo tempo em que o aluno se envolve
com a história. Assim, a literatura pode ser usada como um estímulo para ouvir,
ler, pensar e escrever sobre matemática. Para iniciar o trabalho, é
importante, em primeiro lugar, que o professor goste de ler e tenha em mãos os
livros com os quais queira trabalhar para que possa conhecer a história, visualizar
as gravuras, que, muitas vezes, sugerem a exploração de um ou mais temas, e também
para que possa elaborar atividades que sejam adequadas à classe com a qual está
trabalhando. Em segundo lugar, é fundamental que os alunos conheçam a história
e se interessem por ela. Para isso, o professor pode recorrer inicialmente
aos mesmos recursos que utiliza ao trabalhar as histórias nas aulas de língua
materna e é até interessante que faça assim para que as atividades surjam
naturalmente como uma extensão do que os alunos estão acostumados a fazer com
textos. Para desenvolver uma atividade com literatura e matemática, não há necessidade
de um livro para cada aluno, pois a classe pode ouvir a história ou lê-la em duplas
ou grupos. Após os alunos terem lido ou escutado a história, eles podem
expressar o que perceberam, usando recursos como: cartazes, murais, álbum
seriado, dramatização ou então, por meio de diferentes formatos escritos como:
anúncios ou artigos de jornal ou mesmo pequenos textos que mostrem
ideias apresentadas no livro. A matemática pode aparecer relacionada ao próprio
texto, enredo do livro ou estar implícita a ele, e necessitar de algumas
problematizações para ser percebida pelos alunos. Em ambos os casos, é preciso
deixar claro que uma mesma história deve ser lida e relida entre uma atividade
e outra, para que os alunos possam perceber todas as suas características
e, por isso,um mesmo texto pode ser utilizado em diferentes momentos do
ano. Ao usar o livro, pode-se ir propondo questões de forma a tornar o
trabalho mais dinâmico: O que será que vem agora? Como será o final? Quais as
diferenças e semelhanças?
Seja qual for a forma pela qual
se leve a literatura para as aulas de matemática, é bom lembrarmos que a
impressão fundamental da história não deve ser distorcida por uma ênfase
indevida em um aspecto matemático, entre esta página e a anterior. Também podem
ser feitas modificações em determinados trechos do livro e até outros finais
para a história. O professor deve também ficar atento sobre
problematizações relativas a alguma página ou figura do livro que possa fazer ao
longo da própria leitura. Desta forma, inicia-se a exploração matemática pelo
que o próprio texto sugere e, durante os primeiros contatos dos alunos
com a obra, o professor seleciona os aspectos matemáticos que deseja enfatizar
para atender aos seus objetivos. Muitos livros trazem a matemática
relacionada ao próprio texto, outros servirão para relacionar a matemática
com outras áreas do currículo; há aqueles que envolvem determinadas habilidades
matemáticas que se deseja desenvolver, e outros, ainda, providenciam uma motivação
para o uso de materiais didáticos. Um livro, às vezes, sugere uma variedade de atividades
que podem guiar os alunos para os tópicos matemáticos e habilidades além
daquelas mencionadas no texto. Isto significa que “garimpando” nas entrelinhas,
podemos propor problemas utilizando as ideias aí implícitas.
Seja qual for a forma pela qual
se leve a literatura para as aulas de matemática, é bom lembrarmos que a
impressão fundamental da história não deve ser distorcida por uma ênfase
indevida em um aspecto matemático.
Vale a pena tentar!!!
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